SÁBADO, 19 DE NOVEMBRO DE 2011
Pacificação ou militarização?
Novamente, os tanques tomaram as ruas cariocas, junto com as tropas armadas até os dentes, os helicópteros, e todo um cenário que tanto agrada à Rede Globo, e aos imbecis que não sabem onde termina a novela e começa sua própria vida. Agora, foi a Rocinha a comunidade invadida…
Num momento como esse, é preciso denunciar novamente que as “ocupações” dos morros pelos militares e policiais não têm nada a ver com o combate ao tráfico (de drogas e de armas) ou ao “crime organizado”, e sim com uma reorganização dessas atividades tão lucrativas. Além disso, passam pela reorganização da própria cidade, sempre pautada pela especulação imobiliária e pelo interesse dos grandes grupos econômicos, e nunca pelos interesses da população pobre.
Mas, como de costume, nesse tipo de situação acontece uma mágica; os governantes e a grande mídia transformam invasão em “ocupação; militarização em “pacificação”; já o terror é chamado de “ordem”; o medo vira “respeito”; a especulação imobiliária passa a ser “interesse social”, e por aí vai. Todo mundo sabe que a maior parte do dinheiro que o tráfico movimenta não fica na favela, mas sim no bolso dos grandes empresários, banqueiros, políticos, juízes, etc., pelo mundo afora. Outra parte importante vai para a polícia.
Não é à toa que as milícias, que aterrorizam várias favelas cariocas, e estão se expandindo cada vez mais (não só na cidade do Rio de Janeiro, mas em vários estados do Brasil) são formadas principalmente por policiais, na ativa ou não, cada uma ligada a vereadores, deputados estaduais, federais, juízes, membros da Prefeitura, do Governo estadual, etc. E essas milícias estão envolvidas não somente com a extorsão, mas com o tráfico de drogas e de armas.
O verdadeiro crime organizado está na direção do Estado e das grandes empresas. E os que fazem a tal “política de segurança” são os mesmos que lucram com as chamadas atividades criminosas.
Haja hipocrisia…
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